Coisas que quero esquecer
A maratona de um sofrimento.
Um número na bina.
Uma notícia.
Roupa, dentadura, brinco e colar.
Um documento que ninguém sabia ao certo como preencher.
A realidade sobre o que um plano cobre e o que não cobre –
um assalto sem mão armada.
Um homem nervoso querendo quebrar os vidros de um carro.
Um corpo largado em maca.
Luva cirúrgica, agua e sangue.
Uma urna forrada com plástico preto.
As explicações do dono do carro.
Manter a astúcia no trato com gente desconhecida.
Os serviços pagos e não recebidos: o funcionário não veio
hoje!
A máquina de café não fornece o café.
A incerteza com os horários combinados.
A frieza dos que se não forem frios não sobrevivem.
Sem recibo, o pagamento só amanhã.
Noite mal dormida. Adrenalina solta.
Despedidas.
Dúvidas.
Não desacate o funcionário público.
Sem nota fiscal. Mais um assalto.
Só depois de 48 hs. Demora uma hora e meia a mil e cem
graus.
Mas só pega 10 dias depois!
Coisas que quero lembrar
Surpresa! O horário combinado fora antecipado. Ainda bem que
a astúcia esteve presente.
Acolhidas inesperadas.
Tecnologia a favor da vida, ou da comunicação da morte:
Facebook.
Kit café com bolachas.
Acolhidas esperadas.
Deus, como sempre, presente.
Solidariedade de irmãos, parentes, amigos e vizinhos.
Música de fundo.
Crianças que participam sem entender: qual o tamanho do
forno? Comeu a bolacha do Sansão (o cachorro guarda da igreja).
Cerimonial simples e objetivo.
Testemunhos inesperados.
Sem cortejo.
Fim.
Começo.
Os desdobramentos.
O repensar a vida.
Novos posicionamentos.
E as crianças observadoras: Agora ela já está vendo Deus!!!
02/06/2013 - falecimento de Alice Stoqui Votta, minha sogra.
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