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segunda-feira, 4 de abril de 2011

Miserabilidade


Enfim somos todos miseráveis. Substituímos a verdadeira existência, a plena, repleta de valores imensuráveis, por um monte de nada, cujos valores fazem jus ao nome: nada.

Somos todos miseráveis ou cada um é mais miserável que o outro?

A miséria a que me refiro neste ensaio não é a falta de comida, de teto, de saúde, de educação já tão alardeada por ong´s, etc....

A reflexão aqui é sobre a miséria dos que tendo comida, teto, saúde, educação, etc...se vangloriam nas suas posses comparando-as com as posses dos outros, ou justificam-se perante o divino como bons e retos de coração.

Nesta minha caminhada encontrei muitos miseráveis, ricos e abastados, ou pobres de dar dó, mas com um coração duro como pedra, incapazes de reconhecer a própria miséria, mas absolutamente capazes de apontar a miséria dos demais.

A grande discussão é se essa miséria já é latente, natural, parte integrante, emaranhada, intrínseca à nossa própria existência, ou se ela foi absorvida nas amarguras que a vida se nos traz....

Se foi absorvida, como explicar a maldade existente em pequeninos de menos de 2 anos de idade na disputa do que julga ser seu quando em contato com outros, de mesma idade ou não.

Se é intrínseca, quem poderá extirpá-la?

Como explicar nossa atração natural quando ouvimos ou vimos algo miserável? Pois logo desviamos nosso olhar na direção da miséria proposta. Pouco fazemos, a não ser que ela esteja bem ao lado.

Atualmente não concordo com o lema que diz ser o homem bom, porém corrempido pela sociedade.

Ora, não é a sociedade composta de homens bons? Como pode ser ela ruim?

Se a sociedade composta de homens bons é má, isso significa que os homens bons aceitaram o mal como elemento pertencente à sociedade e consequentemente aos próprios homens.

Aceitar o mal, significa dividir o espaço que antes era só do bem com o mal e eventualmente até eliminar o bem deixando em seu lugar só o mal.

Ora, esse mal não é chifrudo, de capa vermelha e tridente nas mãos, pois desse todos fugiriam.

E mais, esse mal não depende da comida, do teto, da saúde, da educação....

Um auto-exame honesto, sincero, sem desculpas para si mesmo, etc... certamente evidenciará muitas coisas boas, mas também a presença dessa miséria inerente, intrinseca, nativa.......

E o que fazer com isso?

Fica para o próximo texto.....

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